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Pare de reclamar do seu chefe ou encontre outro

A gente costuma golpear a liderança com textos sobre: como aprender a liderar em dez passos, seja um líder de verdade, motive sua equipe pelo exemplo, aprenda a dar bons Feedbacks e coisas do gênero.

Em certa medida, adoramos ver os caras levando um Jeb ou outro não é mesmo?

Afinal, tem muito chefe mala e despreparado por aí que merece.

Mas, hoje, como já percebeu pelo título do artigo, o papo não é com eles.

Hoje o papo é com você.

Antes, um alerta: aviso que o papo é reto, talvez direto demais. Caso não queira ouvir verdades que balançarão sua zona de conforto, aconselho que abandone o texto aqui mesmo.

Aperte os cintos. Você escolheu embarcar.

SERÁ QUE O PROBLEMA ESTÁ MESMO NO CHEFE?

O papo hoje é com você que além de ser ruim de trabalho em equipe, precisa que alguém fique em cima pra entregar o mínimo de resultado, é péssimo em cumprir horário, se relaciona mal com os clientes e ainda assim, vive pelos corredores e cafés destilando seu veneno contra seu chefe.

Você além de incompetente é reclamão?

Que feio hem!

– Ah, mas eu sou um profissional f#da. Totalmente diferente do que você falou aí — entrego resultado, sou bom de vendas, trabalho pra caramba e às vezes ainda ajudo a equipe. Meu defeito é ser autêntico e falar aquilo que penso?

Poxa, legal. Você é um reclamão competente.

Não é tão melhor que o anterior, e, essa atitude não te levará ao sucesso que acha que merece.

Explicarei por quê.

Ser autêntico é fundamental para ser um profissional forte e relevante. Mas, essa originalidade e força devem andar de mãos dadas com inteligências (inteligências no plural mesmo).

É disso que vamos tratar no papo aqui.

O profissional que vai ter uma carreira de sucesso precisa ser capaz de constantemente usar algumas inteligências para apoiar seu líder e equipe, despertando forças, engajando e transmitindo confiança.

Para isso, é necessário, em primeiro lugar, motivar a si mesmo. Primeira inteligência. Construir reputação ilibada e colaborativa, fazendo com que as pessoas percebam seu valor. Segunda inteligência. Criando assim, o sucesso que pode não ser aquilo que as pessoas percebem, mas o que te completa. Terceira inteligência.

Vou te provar, em poucas linhas, que se você não deixar de reclamar do seu chefe, da equipe e da empresa, sua carreira vai acabar em pouquíssimo tempo.

Por outro lado, se você adotar as inteligências em seu favor, o contrário também será verdadeiro. O céu será o limite.

A VIDA CORPORATIVA É UMA CORRIDA, E NÃO É SÓ DE 100 METROS.

A vida corporativa pode ser comparada à uma grande corrida.

Como no esporte, existirão atletas de alto e de baixo rendimento e existirão também aqueles que só participam pra cuidar da saúde (ou por embalo mesmo).

Como o resultado é exigido em todo tempo, a maioria dos profissionais se preparam para a corridas rasas: curtas e de explosão. São corredores de 100 ou 200 metros.

O que é legal, pois uma equipe precisa desses corredores rápidos, que tem gás, força muscular, explosão e vontade de vencer.

No entanto, é preciso saber que líderes são técnicos (coach) que estão participando de ultramaratonas malucas. Malucas porque, no meio dessas ultramaratonas corporativas, suas equipes têm que correr, inclusive, provas rasas, meio fundas, fundas e de revezamento.

Dito isso, você deve imaginar que o líder é um estrategista. Adotando medidas específicas para cada momento: a melhor pessoa pra correr cada prova, qual tênis comprar, onde serão as paradas para hidratação, quando o time cansar; onde será o pitstop, em que momento terá que mudar o ritmo acelerando ou desacelerando e outras variáveis.

Por tudo isso, o jogo corporativo tem mais a ver com inteligência e resistência do que com força e explosão.

Qual jogo você quer jogar? Está no jogo por que motivo? O que você quer da sua empresa hoje e onde você quer chegar?

Ter respostas pra essas perguntas tá ligado a primeira inteligência: motivar a si mesmo, que nada mais é que ter autoconhecimento.

Não sei se conseguirá as respostas de modo fácil, mas, posso garantir que quando as encontrar vai perceber que seu chefe será um elemento importante em cada uma delas.

Ou você se apaixona pelo seu coach (técnico/líder) ou arruma outro.

AME SEU CHEFE OU ENCONTRE OUTRO

Não posso negar que tem muito líder que não sabe liderar. Tem muito chefe grosso. Tem muitos que nem tem cara de líder: é ansioso, medroso, egoísta, centralizador e mais uma dúzia de outros adjetivos que tá pensando aí agora.

Eu sei disso. E o papo aqui não é negacionista.

Por outro lado, como já disse, a conversa não é também sobre seu líder, é sobre você.

E se você mudasse sua postura?

Façamos um exercício: digamos que encontrou as respostas para as perguntas do tópico anterior:

O jogo que quer jogar é o de 100 metros; precisa subir um ou dois degraus rápido. Está no jogo por dinheiro; quer melhorar o salário. E o que quer da sua empresa hoje é a experiência necessária para virar um CEO (Chief Executive Officer).

Legal. as respostas são coerentes. Lúcidas. A maioria das pessoas quer isso.

Antes de falar sobre o que você deveria fazer, preciso falar sobre o que não deve fazer, ou melhor, o que acontece se continuar com a postura “reclamacionista”.

Imagine comigo.

Um fusca em alta velocidade indo de encontro a uma carreta de nove eixos carregada. Vão bater de frente. Pancada bruta mesmo. Qual veículo você acha que levará a pior?

É, eu também acho que era uma vez um fusca.

Se aplicarmos a metáfora na vida real, você é o fusca e seu chefe é a carreta.

Se a “carreta” entender que você não está junto na ultramaratona maluca, ela pode acabar com todas às chances do fusquinha.

Aí, invés de ser escalado pros melhores jogos, ganhar mais grana e experiência para ser CEO, o que vai conseguir é ir pro banco de reservas, salário estático e zero experiência na carreira.

O que vai ser?

Vai continuar jogando o jogo com brutalidade egocêntrica ou vai ser parceiro do chefe?

BENEFÍCIOS DE SER PARCEIRO DO SEU CHEFE

Acho que você já entendeu que ser parceiro do chefe é mais barato do ponto de vista emocional, de tempo e de dinheiro.

Não é uma questão de puxar saco, ser pelego e todas essas idiotices defendidas pelos perdedores.

Pra que entenda melhor, diria que ser parceiro do chefe é um tipo de altruísmo egoísta. É questão de inteligência estratégia pra carreira e pra vida.

Além de precisar do cara onde você está hoje, no seu próximo emprego vão pedir referências de por onde você passou.

Seu chefe além de ajudar nessas referências, quando ele estiver em outra empresa ou projeto, e, você estiver a fim de respirar novos ares, poderá voltar a trabalhar com ele novamente.

Lembra da segunda inteligência né?! Isso, reputação.

Ter porta abertas em outro lugar dá uma segurança danada pra trabalhar.

O fato de você saber que se der uma M. muito grande na economia, ou se de repente quiser trabalhar em outra área você pode recorrer a alguém que sabe o quanto é bom e ético, é tranquilizador.

Pois bem, se você chegou aqui e não abandonou o texto é porque tem estômago. E claro, é alguém inteligente que já descobriu que ajudar o chefe a ser um líder incrível é a melhor decisão possível.

Pensando em como ser o mais prático possível, vou dividir com você cinco maneiras bastante práticas sobre como conseguir fazer isso.

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5 MANEIRAS DE APLICAR TODA INTELIGÊNCIA EM FAVOR DA CARREIRA

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Essas cinco dicas são fáceis de colocar em prática. Não demandam habilidades mirabolantes e uma vez praticadas darão um gás na carreira.

Divirta-se.

1 – Faça o que tem que ser feito

Existem regras pré definidas quando você trabalha pra alguém. Direitos e deveres que aceitou quando assinou o contrato de trabalho, portanto, se aceitou; combinou, cumpra. Horário, entregas, código de conduta, regras de TI, de compliance e todas as políticas exigidas.

2 – Se vai reclamar, faça isso para seu chefe

Se alguém não reclama de nada é porque está tudo bem. Se não estiver satisfeito sobre como seu chefe conduz as coisas reclame. Não é proibido reclamar, salvo se o fizer para quem não pode resolver. Aí vira fofoca.

Se não estiver contente chame seu chefe para um café; uma conversa e reclame direto pra ele, quando fizer assim a crítica deixa de ser destrutiva e passa a ser construtiva. Isso é ética.

3 – Entregue o resultado

Sem romantismo, empresas vivem de resultado. Líderes vivem de resultado. Desse modo, seu chefe vai querer entregar o resultado, com ou sem você, mas ele espera que seja com você, acredite em mim.

Seja alguém que entrega bons resultados. E se quiser se manter relevante e em ascensão na carreira, entregue sempre mais do que prometeu.

4 – Não seja profissional Urubu

O profissional urubu é aquele que mesmo em um jardim cheio de flores consegue encontrar uma carniça. Você consegue pensar em alguém pessimista, ranzinza, mau humorado e que não acredita que nada vai dar certo.

Lembrou de alguém que pra cada solução que você dá ele consegue te dar de volta um problema (espero que não seja você)? Se quer ajudar o chefe e alavancar a carreira, seja o contrário de tudo que falamos aqui. Seja alguém otimista, corajoso, alto astral, trazedor de ideias e parceiro da inovação.

5 – Primeiro dê o tiro e depois corra atrás da bala

A preparação sempre vencerá a inspiração. Estar preparado para o jogo corporativo e suas nuances (exigências que surgem) pode acelerar seu crescimento na carreira. O que vou falar aqui costuma assustar a maioria que tem aversão a riscos, mas, assumir riscos pode te levar a ganhar.

Todos temos um plano A, e, espero que ele esteja claro pra você, contudo, esteja pronto pra assumir novas responsabilidades e aceitar desafios que surjam no meio do caminho. Quando esses surgirem, diga sim e depois aprenda como fazer, ou seja, dê o tiro e depois corra atrás da bala para colocar o alvo. A vida é feita de desafios.

***

Acredito que você mereça todo o sucesso do mundo.

Pra ser realmente sincero, acredito que todo mundo merece ter sucesso. O que me faz pensar que pra ter sucesso na carreira e na vida não basta apenas querer e acreditar que merece.

E sim, estou considerando que sucesso não é a mesma coisa pra todo mundo.

Enquanto, sucesso para uns é grana, para outros é viagens, para outros família, conhecimento, amigos, e ainda para outros; tudo isso junto e ao mesmo tempo.

E tudo bem.

Entretanto, existem regras, princípios, hábitos, atitudes e habilidades a serem adquiridas para que o sucesso encontre você.

Posso afirmar que evitar ser alguém que reclama de tudo e que é parceiro do chefe, empresa e equipe, são os primeiros passos para dar de cara com ele.

Além do fato de que precisamos de ambientes corporativos mais éticos, harmoniosos e verdadeiros, afinal, é nossa segunda casa não é mesmo?!

Que venha o sucesso!

E aí, doeu menos do que prometi que doeria não é mesmo?

Me diga nos comentários o que achou desse bate papo.

Valeu e até a próxima!

Achiles Rodrigues