Quarta revolução industrial, economia colaborativa, desemprego tecnológico, computação cognitiva, big bang da inovação, revolução unicórnio, realidade virtual, realidade mista, internet das coisas, da mente e tantas outras modernidades mostram que estamos em uma nova era.
As habilidades exigidas para este mundo globalizado, rápido, liquido, robótico, digital, são diferentes das do passado.
As coisas mudaram, a vida vem mudando — as perguntas são outras, as pessoas esperam mais, vivem mais, se preparam mais, estudam mais, desejam mais e muito mais…
Já as teorias sobre liderança…
Liderança eficaz, líder x chefe, líder servidor, 360º, carismático, inovador, democrático, autocrático, meritocrático, autoritário, liberal, coach, situacional, executivo, coercitivo, distributivo, educativo, inspirador; ufaaa… Tem de tudo e pra todos os gostos, tamanhos e estilos.
Teorias não nos faltam — a maioria com décadas de existência, como a situacional, por exemplo, que remonta aos anos 70. Pergunto: ainda são efetivas? Não sabemos ao certo. E não é uma crítica ao estilo, gosto muito, inclusive, já o defendi em outro artigo que por aqui publiquei. O que questiono é se não está na hora de trazer o tema da liderança para as mesas de discussões, é preciso buscar novas ideias, conceitos e provocações sobre.
Eu sei no que está pensando: hoje, a cada esquina, existe um coach de plantão, alguém com um livro sobre liderança em mãos, um novo expert/guru de liderança com a promessa de revolucionar os estilos e tal… Mas, pegue tudo isso e compare com o que já está dado e verás que é mais do mesmo — releituras das teorias já citadas, “novas” formulações do que já estamos “cansados” de ver.
Não, não sou tão ingênuo assim…
Claro que não quero a reinvenção da roda, nem procuro por um elefante branco (apesar de acreditar que existe). Não é inteligente abandonar todo o caminho percorrido até aqui. Tudo o que já sabemos e todas as teorias já estudadas podem e devem nos servir de base para essa nova reflexão sobre liderança — são gigantes que gentilmente cederão os ombros para subirmos e, assim, poderemos enxergar mais longe.
Meu sentimento é outro. Nunca se falou tanto de liderança e nunca faltou tanta liderança… Vivemos a lembrar de como se criava os filhos no passado em detrimento aos dias atuais ou como os chefes clássicos tocavam os negócios ou, se devemos esquecer como era feito, adotando um novo jeito, ou, se fazemos um misto do novo com o antigo…
Sim, eu sei, está mesmo confuso.
O que espero…
Encontrar respostas para perguntas sobre como levar as pessoas a sua melhor versão, de que modo mudar a mentalidade do individuo ou do coletivo, como ser um líder atual para o atual momento, como ser um líder mais humano, liderando uma ou mil pessoas com maestria?
Se o líder não for um IDIOTA já está de bom tamanho…
Acho fantástico o significado etimológico da palavra idiota e também sua evolução até os dias atuais — no grego antigo a raiz etimológica da palavra “idiota” vem doidios, que significava “privado” ou “pessoal”. Termo que se transformou em idiotes, para designar as pessoas focadas nos seus próprios interesses e que não exerciam nenhum tipo de trabalho público na Grécia antiga, o oposto ao político.
Com o passar do tempo, o significado de idiotes se modificou, passando a estar relacionado com os “homens comuns”, ou seja, aos indivíduos que não tinham nenhuma distinção ou qualificação diferenciada. Por fim, o significado chegou ao conceito de “indivíduo ignorante”, “indivíduo com pouca inteligência” – sendo esta a definição aceita atualmente para o termo.
Minha sensação?
Temos muitos idiotas em cargos importantes liderando outros idiotas. Idiotas formados por idiotas e formando outros idiotas. Idiotas escrevendo manuais definitivos sobre como ser um líder idiota.
Parece-me legítimo que no mínimo o líder não seja um idiota — tanto no conceito original como no atual.
Pensamento crítico, flexibilidade cognitiva, criatividade, gestão de pessoas, empatia, inteligência emocional, bom senso e tomada de decisão, negociação e orientação para serviços já encabeçam as listas das principais Habilidades que serão requeridas dos lideres do futuro…
Como se tornar um líder, com as principais e, mais importantes habilidades é o desafio. Não tenho a receita, mas quero chegar lá, por isso me provoco, reflito e olho para “mim mesmo” tentando identificar e transformar o idiota que habita em mim.
Até a próxima!
Achiles Rodrigues