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Esqueça as inovações fraldas para cavalo: um papo sobre inovação, carreira e futuro

No século XIX o cavalo era o principal meio de transporte, e quando alguém queria ostentar com algo mais moderno e confortável, engatava uma charrete em seu alazão para desfilar pelas ruas da cidade.

O que gerava um enorme problema para os urbanistas, pois, as ruas se enchiam de fezes de cavalo.

Um problema para os gestores públicos, mas, uma alegria para a classe artística.

Explico.

Na época, especificamente na França, o sucesso de um espetáculo era medido pela quantidade de merda de cavalo na porta do teatro, ou seja, se tem muita merda é porque muitas pessoas conduzidas pelos seus cavalos foram assistir à peça.

O que acabou tornando Merda uma expressão de boa sorte ou sucesso no teatro até os dias de hoje.

É por isso que os atores costumam desejar muita merda uns aos outros.

Saber disso hoje, pode ser até curioso e interessante, no entanto, para quem vivia nas grandes cidades esse era um grave problema a ser solucionado, então, um genial e visionário homem de negócios decidiu criar as fraldas para cavalo.

O projeto intrigante saiu do papel e demandava que cada cavalo usasse uma fralda e que seus donos fossem responsáveis por depositar os excrementos em lugar apropriado.

O dono do projeto só não imaginava que seria surpreendido por Henry Ford e seu popular Ford modelo T: que popularizou e revolucionou a indústria automobilística, acabando assim com o negócio das fraldas.

O QUE FAZER COM AS M&RD@S QUE SURGEM NO MUNDO MODERNO

No mundo atual, quem nunca ouviu a expressão:

— Isso vai dar merda. Olha só a merda que ele fez. Puts, deu merda!

A merdas, ou melhor, os problemas, sempre surgiram e sempre surgirão aos montes. E aqueles que amam problemas e se dedicam a resolve-los, são profissionais raros e caros.

O desafio é que problemas novos nem sempre se resolve com soluções antigas. E, num mundo que muda exponencialmente, as exigências cognitivas e comportamentais também mudam.

Nós sempre passamos por novas revoluções.

E cada uma delas trouxeram mudanças radicais e transformações disruptivas que alteraram o modo de viver e trabalhar das sociedades.

O que exigiu do homem atualizações constantes do seu modelo mental e de habilidades para o trabalho e para as relações.

Hoje, na quarta revolução industrial, a transformação digital vem demandando atenção para competências que o Fórum Econômico Mundial apontou como essenciais para 2020:

  • Pensamento crítico;
  • Criatividade;
  • Comunicação;
  • Gestão de pessoas;
  • Resolução de problemas complexos;
  • Inteligência emocional;
  • Capacidade de julgamento e tomada de decisões;
  • Orientação para servir;
  • Negociação;
  • Flexibilidade cognitiva.

Estamos diante de uma lista que não é mais tendência.

No futuro chamado hoje; rápido, dinâmico, tecnológico e sem barreiras geográficas, o profissional que não desenvolveu ou está desenvolvendo essas habilidades já está obsoleto.

O grande desafio desses profissionais e empresas modernas reside em:

Resolver os problemas diários com carros rápidos e mais baratos, melhorando processos e revolucionando setores ao invés de inventar fraudas para cavalo.

Permita-me fazer a você uma pergunta retórica:

No futuro, você deseja ser lembrado como o cara das fraldas de cavalo ou o cara que criou um sistema de produção em massa (fordismo)?

Como disse, a pergunta é retórica, eu sei qual foi a resposta.

A história é pouco romântica com inovadores “fralda para cavalo”. Ela nem mesmo se deu ao trabalho de registrar o nome do seu criador, já do Henry Ford

Ford não inventou o carro. Quem fez isso foi o alemão Karl Benz. Henry Ford só o popularizou criando o “cavalo da família”.

Aliás, existem curiosidades sobre Ford que são interessantíssimas, a que eu acho mais intrigante é:

“Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido”.

Se verdade ou não, essa frase foi colocada na boca de Henry Ford pela estória.

E eu consigo ver relação com a realidade, apesar de hoje ser um grande risco lançar um produto sem ouvir seu público.

Os tempos eram outros e o produto inovador e distante da realidade popular. Mas isso é papo para uma outra hora.

Voltemos a inovação fralda para cavalo.

Para fazer justiça ao inventor desconhecido, ainda hoje cidades turísticas tentam emplacar o invento através de Leis municipais.

O que divide opiniões; os cavalos parecem não gostar muito, muito menos seus donos.

INOVAR É PRECISO

Empresas que não se reinventam tendem a morrer.

Profissionais desatentos tendem a perder espaço para aqueles que estão antenados e não somente fazendo mais do mesmo.

Minha sugestão para que não nos percamos em meio a soluções fraldas para cavalo é:

Fique atento as pendências, mas não ignore as tendências.

“As pendências são tantas que nos afastam das tendências” [Walter Longo].

Apropriando-me da linguagem do teatro: te desejo toda merda do mundo!

Até à próxima!

Achiles Rodrigues