É mais fácil segurar um Louco do que empurrar um Tonto

“É mais fácil segurar um louco do que empurrar um burro”. Essa frase é atribuída a diferentes nomes, sem saber ao certo quem a cunhou pela primeira vez.

No entanto, o livro sonho grande coloca ela na boca de Beto Sicupira: o quarto homem mais rico do Brasil. Como sócio da maior cervejaria do mundo, ele adota esse lema como estratégia para gestão de pessoas.

A expressão é magnifica, e poderia ser facilmente atribuída a Buda, Osho, Sócrates e até Jesus (Jesus?). Talvez você esteja questionando se Jesus diria com essas palavras, mas que tal sua principal variação:

“Melhor segurar um cavalo acelerado do que empurrar uma mula mansa”. (dito popular).

Quem é você: o “tonto/mula” ou o “louco/cavalo”?

Essa é uma pergunta difícil. Mas antes de adentrarmos ao texto, e, aproveitando que estamos só você e eu por aqui, peço que seja sincero em respondê-la.

Faça uma autoanálise e veja em qual dos dois tipos você se enquadra:

Tipo A:

  • Quando manda um e-mail fica dias esperando a resposta para continuar seu projeto e, ao ser cobrado dá a desculpa de que a outra pessoa ainda não respondeu seu e-mail.
  • Evita entrar em discussão sobre pontos que discorda para fugir de estresse com outros, não se importando em ser coadjuvante.
  • Quando tem algo pra fazer, consertar ou arrumar, sempre deixa para última hora (como bom brasileiro): depois faço o relatório, outra hora falo com ela, troco o chuveiro no fim de semana. Deixa ai, vai que outro faz…
  • Sempre espera a hora certa para pedir um aumento ou alguém em namoro, mas como lhe faltam argumentos sólidos para legitimar o pedido, ou por medo, acaba deixando pra lá.
  • Você é do tipo que funciona melhor quando provocado (no empurrão). É mais conservador ─ não arrisca demais, não inova, não empreende?

Tipo B:

  • Gosta de surpreender. É do time dos que fazem, executam, entregam e chegam do outro lado sozinho e no devido tempo.
  • Tem sangue no olho, vontade de resolver, autoconfiança, senso crítico e é um questionador do status quo.
  • Se demorarem a responder seu e-mail, sabe que tem que entregar o projeto, então liga, corre atrás, marca uma reunião.
  • Quase nunca deixa para amanhã o que pode ser resolvido ou consertado hoje. E, se pode fazer, não deixa para que outro faça no seu lugar…
  • Você é do tipo que não espera a provocação. Tem estilo arrojado, arrisca de forma calculada, busca a inovação e empreende sempre.

E ai? Qual dos dois tipos falou mais sobre você?

Okay, não precisa responder pra mim. Você sabe, e isso é suficiente. Permita-me apenas refletir sobre as implicações de estar alocado no tipo A, e que benefício terá em estar no tipo B.

As implicações do tipo A:

O mundo está cheio de pessoas que só funcionam no empurrão. Sem iniciativa, só fazem o que pedem — não arriscam, não empreendem, não inovam. São coadjuvantes.

Estão fadadas a repetir sempre o mesmo. Vivem na zona do conforto — local onde os riscos são baixíssimos, no entanto a vida é sem graça, com poucas emoções e empobrecida.

Passam a vida esperando. Acreditam na sorte, presumem sempre não ser a hora certa. Evitam os estresses das negociações políticas.

Assim, a vida vai passando — oportunidades são perdidas — pessoas vão embora, e, acabam como tontos.

O problema maior de ser esse tonto ou mula mansa, é que, ninguém gosta de conviver, trabalhar ou estar perto.

Gente com mindset fixo, que pra tudo precisa ser empurrada é um saco — quem não tem escolha suporta, mas quem tem, livra-se delas.

Os benefícios do tipo B:

Esse é o profissional, cônjuge, amigo ou sócio que todo mundo quer: aqueles que surpreendem. Fazem, executam, entregam e chega do outro lado. São protagonistas.

Há quem tenha medo de atuar com gente corajosa, ousada, decidida. Mas pessoas assim são confiáveis, olham a vida de frente e buscam soluções para os obstáculos…

…falam o que pensam com sinceridade, mesmo que em um primeiro momento você não goste.

A vida costuma premiar pessoas com este perfil: gente com mindset de crescimento, objetivas, que usam as palavras eu escolho/eu prefiro. Empresas procuram por protagonistas — com sentimento de dono e senso de urgência.

É infinitamente melhor ter gente com sangue no olho, vontade de resolver, autoconfiança, senso crítico e questionador do status quo; do que gente reativa, sem brilho no olho, passiva, que concorda com tudo, não argumenta nada, sem atitude e arrojo.

E ai, o que vai querer para si?!

Vai ser o Louco a segurar ou o tonto a empurrar?!

Pra você que leu até aqui e ficou com dúvidas, vou tentar “ajudar”:

E se houvesse espaço para uma espécie de tipo C?

Refletindo mais a fundo, me dei conta de que possa haver pessoas que tenham um pouco do tipo A e B: não são reativas em todo tempo e nem protagonistas o tempo todo.

Você é alguém assim?

Manda bem na vida pessoal e mais ou menos na vida profissional, ou vice versa. É tímida e procrastinadora em um universo específico, mas agressiva em outros. Será que é possível?

Claro que sim. Assim como dificilmente tenham pessoas 100% tipo B.

Normalmente temos pontos a desenvolver, áreas para evoluir, medos para se libertar.

Ter medo, pré-ocupações, dúvidas, receio, não é coisa de gente tonta, é coisa de gente, mas tem gente que é tonta e gente que não é…

Para não ser o tonto/mula a ser empurrado, não podemos adotar o vitimismo e o coitadismo diante da vida.

Encarar a vida de frente e, às vezes com um pouco de loucura é vital. Portanto, tenha atitude mental otimista e confiante.

Deseja tornar a vida mágica? Fácil. A receita é adotar a seguinte postura: FAÇA O QUE TEM QUE SER FEITO.

Quem muda o mundo são os fazedores, não os sonhadores.

É melhor controlar a produtividade do que impor a proatividade.

Até a próxima!

Achiles Rodrigues